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Sobre Eles: Cecília Meireles.


Olá meu povo, como vão todos? Eu vou muito bem obrigada por perguntar. 
Hoje falaremos sobre a linda Cecília Meireles, já leram sobre ela? Já leram algo dela? Nunca ouviram falar? Saberemos hoje quase tudo a respeito.
Bas
ta continuar a ler! 





Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."


Não vou me atrelar a Biografias porque existem tantas por ai, falarei sobre o seu jeito de escrever, características que só ela tinha e a sua importância. 
Cecília revolucionou a escrita, escreveu na fase do Modernismo em que a produção literária era voltada para as lutas politicas a fim de educar e conscientizar, ela por sua vez, introduziu um estilo de poesia diferente, fazia uso constante de sinestesias, que se voltava mais para o interior humano. Uma poesia totalmente introspectiva.
Seus poemas são fluidos e com uma musicalidade marcante. São envoltos em uma linguagem, por vezes, infantil, talvez por pertencer a um universo de fantasia, mas engana-se quem pensa que são bobos. Ela expressa claramente uma intimidade com a solidão, com a perda, com a transitoriedade da vida, alguns de seus poemas são deveras intensos, como Elegia a uma pequena borboleta

Por todas essas características, suas produções costumam ser muito belas e, ao meu ver, extremamente agradáveis de se ler. E, embora muitos possam criticá-la por não seguir a tendência "educativa" de grande parte dos poetas de sua época, não há como a acusá-la de alienada.
O poema "Mulher ao Espelho" deixa isto claro, quando, através da introspecção, faz uma crítica às pressões sociais em relação à imagem colocada em cima dos indivíduos no mundo capitalista e à falsidade.
Cecília Meireles, portanto, foi a grande responsável por consagrar e também popularizar uma literatura intimista e introspectiva que, no futuro, iria se tornar uma marca da literatura feminina, representada também por Clarice Lispector. (Aqui a Eve falou sobre a Clarice)

Cecília tinha uma espiritualidade muito forte, talvez tenha se desenvolvido pelas perdas que sofreu. Isso marcou muito sua história e sua escrita. Escrevia constantemente e tinha uma visão clara sobre a transitoriedade da vida, seus poemas são marcados pela presença do tempo e pela passagem do mesmo.
Nos livros que li (Retrato Natural e Mar absoluto) essas características, juntamente com a solidão (mas não uma solidão triste, uma solidão conformada) foram as marcas mais legíveis que me deixaram.
Ela não sofria por causa das perdas, aprendeu desde cedo que as coisas vão embora mesmo, que o melhor é guardar o que restou de bom delas e lembrar-se apenas disso. 
Os poemas em Mar absoluto aparecem como uma metáfora ao desapego ao tempo, ela trabalha com o passado, presente e o futuro. Não se incomoda com o que se foi, sente apenas uma nostalgia mas não entristece-se. Os poemas "motivos da Rosa" fazem uma comparação, uma metáfora, sobre o efêmero, ao que dura e o que não dura, ao que permanece e ao que se esvai.





O que achei na internet: tirei daqui.
Resenha dos livros que fiz: Retrato Natural e Mar Absoluto

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