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E pode-se acampar em "Mar Absoluto"?

Olá pessoal, eu peço mil, mil e uma, mil e duas, mil e trezentas desculpas por ter atrasado minha postagem, mas tudo tem uma explicação, eu estou no período de final de provas, resultados aparecendo, notas sendo reveladas e sem contar nos vestibulares que estou fazendo adoidada. Então perdoem-me.
Come on!
Esse livro que vou falar a vocês hoje é Mar Absoluto da Cecília Meireles, é uma relação de poemas publicados dela em 1945.
Mas antes de começar, quero revelar uma tragédia que acometeu-me, eu perdi o caderno onde a minha resenha estava escrita, com uma relação dos meus poemas preferidos (porque não gravei o nome, só de alguns, acreditem, são muitos), explicações sobre cada um deles e o porque de ter gostado de cada um.
Então você pergunta: E porque você não lê novamente ô abestalhada? E eu lhe respondo: O livro é da biblioteca da escola e eu já devolvi. Então pessoal, vou ver o que posso fazer com a minha memória, e vamos largar de papo fiado.

 Bom esse livro não deveria ter sinopse, porque, na minha humilde opinião um livro de tantos poemas não deveria ser comentado como sinopse apenas um, então não terá sinopse essa resenha.


Sobre o livro + minha opinião: É um livro repleto e eu vou dar ênfase ao, repleto mesmo de poemas belíssimos. Cecília não é a minha escritora preferida, mas, seus poemas são de uma leveza espetacular.
Em 50% ou talvez mais de sua obra é sobre o tema: Mar, ventos, terra, coisas ligadas à natureza.
Ela reflete uma saudade muito grande de algo que já se foi (Você conhece a estória dela? Vou contar rapidinho, ela ficou órfã de pai e de mãe aos 3 anos e foi morar com outras pessoas depois desse incidente), mas ela não demonstra uma saudade triste, entende o que quero dizer? É uma saudade de admiração, ela tem uma espiritualidade bem clara durante toda a obra, constantemente fala sobre Deus e ela usa essa espiritualidade para lidar muito bem com as perdas, para ela, nada aqui nessa vida é eterno,  é efêmero. E ela lida muito bem com isso, talvez por ter perdido os pais muito jovem ela aprendeu a enxergar a vida dessa maneira. Ela é uma escritora tão doce que quase me deu diabetes (ahahaahhaahhaa que engraçada gabrielle, palmas, muitas palmas), é eu sei que foi sem graça, mas falando sério, ela escreve com uma delicadeza de menina, uma leitura mediante a infantil.

Mar absoluto, poema que dá nome a esse livro, não foi o meu preferido.
Meus preferidos foram, dentre outros (já que perdi a lista e esses foram meus preferidos de verdade já que me lembro dos nomes): Amor perfeito, 4° motivo da rosa, Auto-retrato (não é o retrato), Minha sombra, Noite no rio, 5° motivo da rosa e viola. E o que mais me tocou foi ELEGIA.
Minha primeira lágrima
caiu dentro de teus olhos
Tive medo de a enxugar:
para não saberes que havia caído.

No dia seguinte, estavas imóvel,
na tua forma definitiva,
Modelada pela noite,
pelas estrelas,
pelas minhas mãos.

Exalava-se de ti o mesmo frio do orvalho;
a mesma claridade da lua.

Vi aquele dia levantar-se inutilmente
para as tuas pálpebras,
E a voz dos pássaros
e a das águas correr,
- sem que a recolhessem teus ouvidos inertes.

Onde ficou teu outro corpo?

Na parede?

Nos móveis?

No teto?
Inclinei-me sobre o teu rosto,
absoluta, como um espelho,
E tristemente te procurava.
 Mas também isso foi inútil,
como tudo mais. 
(...)

Os poemas de Ciça (sim, Ciça, porque já somos íntimas) o Mar aparece como uma metáfora ao desapego ao tempo, ela trabalha com o passado, presente e o futuro. Não se incomoda com o que se foi, sente apenas uma nostalgia mas não entristece-se. Os poemas "motivos da Rosa" fazem uma comparação, uma metáfora, sobre o efêmero, ao que dura e o que não dura, ao que permanece e ao que se esvai.
Cecilia me tocou muito com seus poemas, espero que você também seja tocado.

Beijos, Gabrielle.

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